Cara mais uma figurassa no nosso entrevistas, Gustavo Zanin Professor de História do Brasil no PVC, deixando de lado um pouco a história do brasil pra nos contar um pouco da sua própria história, viajens, dicas e um pouco +
CONFERE AÍ:
Primeira pergunta, você é mesmo parceiro da GOL? (risos) Brincadeira, mas o que faz você ter tanto gosto por viagens?
Primeira pergunta, você é mesmo parceiro da GOL? (risos) Brincadeira, mas o que faz você ter tanto gosto por viagens?
Primeiro antes de responder a pergunta gostaria de agradecer a turma e dar parabéns pelas diversas iniciativas. Mas do que passar no vestibular ou aprender coisas novas é muito bom ver pessoas assim, com vontade de fazer algo diferente. Essa turma é assim.
Não, infelizmente não sou parceiro da Gol (rs) mas gostaria muito de ser (rs). Essa é uma boa pergunta porque nem eu sei se tenho uma resposta para ela. O que me faz gostar tanto de viajar? Acho que é sempre a possibilidade de conhecer algo novo e principalmente pessoas. Conhecer coisa que eu nem imagina existir. Por exemplo, nos últimos meses eu fui para a Bahia participar de um encontro sobre literatura marginal. O encontro foi muito legal mas de maneira prática não serviu muito para a minha pesquisa. Era para eu sair totalmente frustrado dessa viagem mas muito pelo contrário sai de lá com um monte de idéias na cabeça. Verdade que as idéias não tem nada a ver com a minha pesquisa, mas coisas que gostaria de fazer, iniciativas diferentes iguais as suas (site). Tive a possibilidade de conhecer uma pessoa interessantíssima ligado ao movimento negro de lá que é muito forte. Conheci uma “outro” Pelourinho. As músicas que tocam hoje em dia no meu carro são diferentes.
Ultimo exemplo sobre isso, na minha viagem de bike eu voltei totalmente diferente. Hoje dou muito valor a coisas simples que antes passava desapercebido como comer em um prato, tomar um banho quente, ter o conforto do carro ou do ônibus e principalmente uma cama. Coisas que já faziam parte da minha vida e estavam tão naturalizadas que eu nem ligava mais. Achava que foi sempre assim e sempre será e essa viagem me fez perceber o mundo um pouco diferente.
Bom, então eu acho que se a pergunta tiver uma resposta é isso. Não apenas a possibilidade de conhecer algo diferente mas também a possibilidade de ser modificado.
2 - Dois lugares em que você foi que mais trazem lembranças.
Eu acho que não é apenas o lugar mas as pessoas que eu encontrei, que tive contato. Meu pai não era muito de brincadeira e ele tinha uma piada muito sem graça que falava que a festa pode estar uma merda mas se o cara fica com uma menina bonita a festa vira uma maravilha. Eu acho que é mais ou menos por ai. As viagens que mais me marcaram foi porque eu estava com pessoas que eu gostava.
Me lembro uma que fiz quando tinha uns 17 anos mais ou menos. Fomos para uma praia no litoral norte de São Paulo. Até ai nada demais mas o pessoal era muito legal. Estávamos em 12 pessoas e foi 7 dias de sol e quem conhece o litoral norte sabe que isso é uma raridade (rs). A viagem marcou, a galera era muito engraçada eu estava com uma menina todo apaixonado – coisas de quem tem 17 anos (rs).
Outro lugar que marcou foi a Chapada Diamantina. Esse lugar realmente é mágico. Fiz no ano passado essas viagem e foi bom pra caramba. Verdade que sofri duas noites dormindo em pedras mas de restante foi tudo muito bom. Recomendo a todos.
3 - Todo mundo sabe que você não curte a palavra “trabalho”, rola algum trauma de infância ai ou outra coisa?(risos) falando sério, como você avalia o seu trabalho no cursinho?
Mas eu acho que é isso mesmo. Comecei trabalhar um pouco cedo. Acho que tinha uns 15 anos na época e hoje eu percebo o quanto idiota fui. É verdade que na época minha família precisava. Passei no CEFET em São Paulo – na época se chamava Escola Técnica Federal de São Paulo – e logo no meu segundo ano eu consegui um estagio e fui trabalhar no aeroporto de Guarulhos numa empresa chamado MPE. Ela fazia a manutenção do aeroporto.
Mas eu costumo falar muito sobre o trabalho é que eu vejo uma galerinha no cursinho que tem 17 ou 18 anos e que moram com os pais, tem comida na mesa todos os dias e lugar para dormir mas querem trabalhar para poder ir no shopping comprar suas coisas. Sei que cada um é cada um e a gente precisa respeitar mas se perguntarem para mim o que eu acho sobre isso responderia sem nenhuma dúvida – isso é uma idiotice.
Até um pouco tempo atrás me batia um arrependimento muito grande afinal eu fiz as coisas que eu queria fazer na idade certa. Hoje vejo que deveria ter viajado mais, ter colocado uma mochila nas costas e ir para a estrada pegar carona ou até mesmo ter feito uma viagem de bike de 6 meses e eu não fiz nada disso. Acho que sou um pouco decepcionado comigo mesmo por causa disso.
Sobre o trabalho no cursinho é difícil falar. Acho que eu deveria perguntar para vocês alunos como vocês avaliam meu trabalho no cursinho. Falar que procura fazer o melhor é um puta clichê chato. Minhas aulas vem mudando a cada ano, venho pegando um pouco mais de experiência, venho descobrindo métodos diferente de dar aula e tendo mais leituras. Acho que hoje sou um professor totalmente diferente de quando iniciei à dois anos atrás.
De maneira geral acho que eu tenho uma boa recepção dos alunos e eles costumam irem bem na minha disciplina no vestibular. Tem tantos fatores que podem responder isso – primeiro a disciplina não é tão difícil como as outras. Segundo eu geralmente dou muito mais aulas que outros professores e isso ajuda e em terceiro, quem sabe, eu dou uma boa aula. Não sei, vocês quem tem que falar.
4 - Quais dicas você da para a galera que está seguindo os mesmos passos que você na história, e
também para os que seguem outros passos, mas com o mesmo objetivo no final do ano?
Primeira dica é – NÃO TRABALHE. Outra dica é; Não segue meus passos. Falando sério, não sei se tenho uma resposta para essa pergunta. Cada um tem uma realidade e possibilidades. Acho que eu poderia falar é que todos tem que se esforçar. As possibilidades estão ai mais do que nunca. Acho que vale a pena.
5 – Pra finalizar, o que de verdade faz você sair da sua casa ou de onde estiver para ir até o cursinho e emprestar os seus conhecimentos e o seu bom humor pra galera?
Eu tenho um bom humor ? Essa eu não sabia (rs) . Interessante porque eu não me acho nada engraçado. Com certeza essa não é uma pergunta de uma resposta só. Acho que tenho que voltar para o passado (coisas de historiador) quando eu estava lá na minha terceira fase do curso.
Eu entrei na História para dar aula. Era isso que eu queria. Troquei um emprego chato para isso e o cursinho me oferecia a primeira oportunidade de estar em uma sala de aula. Comecei ali substituindo os professores que faltavam e fiquei nessa mais ou menos 1 mês. Depois o professor de História do Brasil acabou saindo e eu entrei definitivo no lugar dele.
Quero ser um bom professor e para isso sempre achei que é preciso de experiência e acho que meu impulso inicial foi esse também. O que eu quero falar primeiramente com essa resposta é que eu não quero ser demagogo em afirmar que só pensava nos alunos e na possibilidade de ver pessoas excluídas nas universidades. Tem isso também, que vou responder mais na frente, mas também tem meu interesse pessoal. Acho que todos nós somos movidos por interesses pessoais também, mas é parece que é feio afirmar isso. Se a pessoa falar isso é porque ela é individualista, liberal, não revolucionária. Sinceramente eu acho isso uma tremenda idiotice.
Eu acho que a outra resposta é aquilo que já falei, ou seja, participar um pouco mais desse mundo. O por que o Gustavo troca seu emprego chato para dar aula? Qual é a sua lógica nessa troca? Eu acho que essa é uma pergunta importante. Acho que a resposta é querer fazer algo de mais importante na vida do que ficar sentado atrás de uma mesa. Participar mais do mundo.
É uma pena que esse caminho é muito difícil de traçar. Nos deparamos com inúmeras dificuldades como salários baixos, a idéia de que a educação não faz sentido nenhum para os alunos, com estruturas péssimas e diversos outros problemas, mas também tem o seu lado positivo que é conhecer pessoas como vocês da sala 3.
+ Entrevistas:
Entrevista com Guilherme - Prof. de Geo Física
A sala 1,2 e 4 não contam??Professor!?!
ResponderExcluirrsrsrs
Beijinhuxx