A diversidade de planetas
Há cerca de 4 bilhões de anos, a Terra tornou-se um planeta inteiramente diferenciado. O núcleo encontrava-se muito quente e em grande parte fundido, mas o manto estava razoavelmente bem solidificado e uma crosta pIimitiva e seus continentes tinham se desenvolvido.
Os oceanos e a atmosfera haviam se formado, provavelmente, a partir de substâncias lançadas do interior da Terra, e os processos geológicos que hoje observamos estavam iniciando
seu funcionamento.
Mas o que ocorreu com os outros planetas? Tiveram a mesma história inicial? Informações transmitidas pelas sondas espaciais indicam que todos os planetas terrestres sofreram diferenciação, porém, seus caminhos evolutivos variaram.
Mercúrio tem uma tênue atmosfera, predominantemente formada por hélio. A pressão atmosférica na sua superfície é menor que um trilionésimo da pressão na Terra. Não há ação de
ventos ou água para erodir e suavizar sua antiga superfície, que se assemelha com a da Lua: predominantemente crateriforme e coberta por uma camada de detritos, os quais são os fragmentos remanescentes de bilhões de anos de impactos de meteoritos.
Devido ao fato de não existir propriamente uma atmosfera e estar muito próximo do Sol, a superfície do planeta se aquece com temperaturas de 467°C durante o dia e esfria para -173°C à noite. Essa é a maior variação de temperatura conhecida no sistema solar (além daquela encontrada no Sol, em cuja superfície há uma variação muito mais drástica).
Os cientistas estão intrigados com a origem do enorme núcleo de ferro de Mercúrio. Ele constitui 70% de sua massa, um recorde dentre os planetas do sistema solar. Vênus evoluiu para um planeta em que as condições superficiais ultrapassam a maioria das descrições do inferno.
Ele está envolto numa atmosfera pesada, venenosa e incrivelmente quente (475°C), composta sobretudo por dióxido de carbono e nuvens de gotículas de ácido sulfúrico corrosivo.
Um humano que permanecesse em sua superfície seria esmagado pela pressão, cozido pelo calor e corroído pelo ácido sulfúrico. Imagens de radar, que vêem através da espessa cobertura de nuvens, mostram que pelo menos 85% da superfície de Vênus são cobertos por derrames de lavas.
O restante é predominantemente montanhoso evidência de que o planeta tem sido geologicamente ativo (Figura 1.9). Vênus é gêmeo da Terra em massa e tamanho.
Como pôde evoluir num planeta tão diferente do nosso é uma questão que intriga os geólogos planetários. Marte tem sofrido muitos dos mesmos processos que têm modelado a Terra (Figura 1.9), porém conta com uma fina atmosfera composta quase inteiramente de dióxido de carbono.
A água líquida não está presente na sua superfície atual - o planeta é tão frio e sua atmosfera tão delgada que a água ou congela ou evapora. As redes de vales e canais secos de rios, entretanto indicam que a água líquida foi abundante na superfície de Marte há mais de 3,5 bilhões de anos.
Algumas das rochas observadas pelo robô móvel Sojourner, da Missão Explorador de Marte (Mars Pathfinder) de 1997, mostraram evidências de terem sido desgastadas pelo fluxo de água. As sondas orbitadoras de Marte têm recentemente encontrado evidências de que grande quantidade de gelo pode estar armazenada abaixo da superfície e segregada nas capas de gelo polares.
A vida pode ter existido num planeta Marte úmido de bilhões de anos atrás e pode existir hoje como micróbios sob a superfície. A NASA está proje tando uma sonda que poderia responder, dentro de poucos anos, a questão de se há vida em Marte!
A maior parte da superfície do planeta tem mais de 3 bilhões de anos. Na Terra, em contraste, grande parte da superfície de mais de 500 milhões de anos foi obliterada pela atividade geológica.
Além da Terra, a Lua é o outro corpo mais bem conhecido do sistema solar devido à sua proximidade e aos programas de exploração tripulada e não-tripulada.
Como explicitado anteriormente,a teoria mais aceita sobre a origem da Lua propõe que ela coalesceu como um grande corpo fundido depois que um gigantesco impacto ejetou sua matéria da Terra. Em geral,
os materiais da Lua são mais leves que os da Terra, porque a matéria mais pesada do gigante corpo colidente e a de seu alvo primitivo permaneceram encravadas na Terra.
A Lua não tem atmosfera e, como Vênus, é predominantemente muito seca, tendo perdido sua água devido ao calor gerado pelo enorme impacto.
Há algumas evidências novas, a partir de observações de sondas espaciais, de que pode existir gelo em pequenas quantidades em crateras profundas e sombrias nos pólos norte e sul da Lua.
A superfície que vemos hoje é aquela de um corpo muito velho e geologicamente inativo. Dois terrenos dominam a superfície lunar. O mais antigo é o das terras altas, de coloração clara.
Essas regiões rugosas e intensamente crateriformes cobrem cerca de 80% da superfície.
As terras altas são resultantes dos detritos ejetados pelos impactos dos primórdios da história lunar, quando a Lua foi bombardeada por grandes asteróides.
Os restantes 20% da superfície são constituídos por planícies escuras mais novas, chamadas de maria (que significa "mares" em latim, pois é assim que se parecem quando vistas da Terra).
Os "mares"foram formados mais tarde, quando as grandes bacias de impactos foram subseqüentemente preenchidas por lavas.
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