Guilherme Ramos Ribeiro:
Quem é o “rastafari maluco” e o que ele tem para ensinar? Foi essa a pergunta que ele jogou e fui procurar uma resposta. ele é estudante de geografia, atua no projeto do Morro do Baú, que tem por objetivo analisar e mapear as áreas de risco a movimentos de massa e inundações nos municípios de Gaspar, Ilhota e Luiz Alves, que compreendem o complexo do Morro do Baú em Santa Catarina. Também possui trabalhos publicados e projetos desenvolvidos para acabar com as barreiras que o ensino da geografia encontra junto aos deficientes visuais. É dele e de uma colega a criação de um mapa tátil do campus da UFSC.
Então bora lá conhecer essa figura!
Esta é nossa primeira entrevista de apresentação. O Guilherme respondeu e agora podemos dar a largada ao projeto do “nos conhecendo melhor”. Conheçam um pouco mais esse nosso professor de geografia-física, que toda quarta-feira nos desperta para a geografia e para a vida, nos inspirando e ensinando com paixão.
De onde você é?
Eu sou natural da França, aquariano, movido pelo ar, estou sempre buscando transformar meu ser, minhas ações, meu modo de vida, acredito na evolução para alem do conhecimento científico e mundano. Vivi a maior parte de minha vida em São José dos Campos, interior de São Paulo, lá começou a lapidação de quem eu seria no futuro, sempre fui muito arteiro, cheio de energia, brincalhão, porém discordando de tudo, como um revolucionário que não sabe ao certo porque luta.
Por que Floripa ?
Quando vim para Floripa, foi uma decisão que consequentemente fez minha vida dar alguns giros para cima e para baixo, me fazendo crescer e florescer, a cada primavera que a ilha me toca. Foram incontáveis provações, positivas ou negativas, não importam, me fizeram crescer de forma a acreditar que em nenhum outro lugar, seria possível tal vivência e evolução em um espaço de tempo tão curto, meu apreço e gratidão pela ilha será eterno!
O que você curte fazer?
Esta aí uma pergunta que levaria dias para escrever, pois são tantas as coisas que gosto de fazer, que não saberia enumerá-las, nem em quantidade, muito menos em qualidade, mas como preciso responder agora. Lá vai um pouco do que gosto:
Primeiramente gosto demais de apreciar a vida, do jeito dela, seja com amor ou ódio. Gosto de me sentir cheio de felicidade por estar apreciando uma paisagem bela qualquer, seja um mirante, cachoeira, uma praia ou uma caverna, não importa, é belo. Mas gosto também de sentir a vida pulsando, gosto de perceber os erros que cometemos e poder assim, ficar consciente sobre ela, como quando andamos por uma capital, você vai ao teatro, ao cinema, ao shopping, mas lá fora há lixo, há doença e muita, muita pobreza, portanto, simplesmente apreciar é lindo.
Claro que não posso deixar de lado que gosto de aprender, sobre inúmeras coisas. Nunca serei um especialista em nada, pois acho que meu ser não permite, pois sou assim, gosto de saber um pouco de tudo. Sou incapaz de aprender muito de pouco, assim tenho tido muito prazer em lecionar, pois consigo transmitir inúmeras formas de conhecimentos rasos, sejam pertinentes ao vestibular ou para a vida.
No que se refere a lazer, tenho um prato cheio. Estou sempre a fazer alguma coisa. Sou apaixonado por pedalar desde minha infância, hoje é meu principal meio de transporte pela ilha, economizando de 400 a 500km de combustível por mês! Fora isso, tenho algumas novas paixões, como escalada, yoga, natação e a música, que estão me tomando incríveis horas de puro prazer.
Porque o trabalho como professor no PVC, como é esta experiência ?
Meu trabalho com o PVC está no começo do terceiro ano. Entrei sem causa, nem propósito, pelo simples ato de lecionar. Mal tinha noção do que era o projeto e onde eu estava me metendo.
Foi apaixonante! Logo na primeira aula senti o que era o ato de lecionar, o poder da palavra, da informação. O ato de formar opiniões é algo muito, muito difícil, pois ela pode ser de utilidade, pode servir para um propósito positivo para a vida de cada um, do mesmo modo que ela é perigosa, no momento em que faço de minhas palavras, a insensatez.
Portanto, creio que o ato de lecionar, merece por parte do professor, um cuidado muito maior do que meramente passar conteúdo por conteúdo, o que nos é condicionado pela cadência que as escolas da vida nos mostraram até hoje.
Quais são seus projetos de vida?
Eu não desejo muito... meu projeto de vida está se realizando todos os dias que acordo, pois creio que o ato de desejar algo, seja de curto ou a longo prazo, nos torna pessoas mais ambiciosas, por vezes corruptas e egoístas, então evito pensar sobre meus planos de carreira, onde vou morar ou que vou fazer para daqui 1, 5, 10 ou 20 anos. Viver a vida hoje e agora, da melhor forma possível, é o meu projeto de vida.
Esperamos que vocês tenham curtido esse espaço e até a próxima entrevista.
Nossa muito legal esta entrevista com o Guilherme ele é um professor que sempre admirei por isso pelo amor que ele trasmite para os alunos em sua maneira de dar aula e o quanto sabe apreciar as belezas "Simples" da vida.Essa entrevista só fez aumentar esta admiração.Parabens pela iniciativa.
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